segunda-feira, 7 de abril de 2014

O orelhão

E lá estava eu, sentada no banco da praça, apenas observando as pessoas passarem. Vi que do outro lado da rua havia um orelhão. Uma mulher estava usando-o, e eu fiquei a observando. Ela parecia estar gritando com alguém, que estava do outro lado da linha, parecia realmente muito brava. Fiquei pensando, se estava brigando com o namorado, ou talvez com seu filho, por não ter feito algo que ela pediu. Ou ela só estava irritada, e descontando a raiva em alguém. Finalmente desligou, e pareceu que estava chorando. Achei que ela realmente tivesse brigado com o namorado, mas não consigo ter certeza de nada, pois não estava ao seu lado para ouvir algo. Me lembro que tenho que fazer uma ligação para a minha mãe. Me levanto, atravesso a rua indo em direção ao orelhão. De lá, vejo que um homem senta no mesmo lugar onde eu estava a poucos minutos atrás. Disco o número e vejo que ele está me observando. Agora é a vez dele de pensar e tirar suas conclusões sobre o que eu estaria falando...

Um comentário:

  1. Clara,
    gostei da troca de posições e pontos de vista presentes na sua crônica!!
    Além disso, eu gostei também que você demorou-se na descrição da mulher e depois colocou-se no mesmo lugar dela, o que te tira de um lugar supostamente neutro de observadora.
    enfim,
    muito bem!
    continue olhando o mundo por aí, e continue escrevendo!
    abraço,
    Luana

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